Cerimónia Selo Humanitude no Abrigo

O dia 16 de dezembro fica guardado na história do Abrigo como o dia em que recebemos as famílias para celebrar a atribuição do Selo Humanitude - garantia de bom trato.

A atribuição deste Selo ao nosso lar de idosos é uma evidência de que estamos a cumprir a nossa missão que é ajudar a cuidar.

Nada seria possível sem as famílias que confiam em nós para cuidar dos seus. Muito, muito obrigado por estarem connosco. Tudo faremos para continuar a merecer a vossa confiança! 

Este dia também não seria possível sem uma equipa empenhada e comprometida, que todos os dias cuida com profissionalismo e competência.

Agradecemos a presença e palavras inspiradoras do presidente da Junta de Freguesia de São João de Ver, Nuno Albergaria, do senhor Padre António Costa da Paróquia de São João de Ver, do Vereador Mário Jorge Reis em representação da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e do representante da Humanitude internacional, João Araújo.

Muito obrigada a todos os que se juntaram a nós nesta celebração.

 

 

É um “lugar de vida” e uma “casa aberta”: lar de idosos em São João de Ver distinguido por cuidados prestados

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Há nove anos, o lar de idosos Porto de Abrigo adotou a filosofia de cuidados Humanitude, de origem francesa. Gestos e técnicas mudaram e os resultados também: olhar, toque e palavra são ferramentas de trabalho e o bem-estar imperou, tanto para utentes como para profissionais. O Expresso conta-lhe o que diferencia este lar, onde se promove o respeito pela individualidade e as famílias são bem-vindas

Em 2012, um Porto de Abrigo nasceu em São João de Ver, em Santa Maria da Feira: um lar de idosos cujo nome surgiu da vontade de ser “um porto seguro, um lugar de confiança”, onde as pessoas “se sentissem bem e confortáveis”. Dois anos depois, os membros da equipa estavam “desorientados”. Mas tudo acabou por mudar.

“Sabíamos o que queríamos, mas não sabíamos como fazer. O momento de cuidados de higiene, por exemplo, era tenso. As cuidadoras estavam exaustas”, recorda em conversa com o Expresso a diretora técnica, Alexandra Ferreira da Silva. A formação que tinham não estava a ser suficiente e, em busca de uma solução, depararam-se com a metodologia desenvolvida pelos franceses Yves Gineste e Rosette Marescotti, a filosofia de cuidados Humanitude.

Trata-se de “profissionalizar a relação entre o cuidador e a pessoa cuidada”, o que significa “perceber que o olhar, o toque e a palavra do cuidador são ferramentas de trabalho” que, “quando utilizadas de forma profissionalizada, garantem o bem-estar da pessoa que recebe os cuidados”, explica a responsável.

A transformação refletiu-se num conjunto de princípios, nomeadamente respeitar o sono de cada um. “Não acordamos ninguém para prestar cuidados de higiene, o que é uma prática muito corrente”, exemplifica. “Podemos servir o pequeno-almoço no quarto ou na sala de refeições em função de a pessoa acordar mais cedo ou mais tarde. Não queremos que a organização se sobreponha ao bem-estar das pessoas.”

As portas estão abertas e todos são “livres de circular por todos os espaços e de escolher o sítio onde querem permanecer”. Não são utilizadas contenções físicas nem medicação para controlar a eventual desorientação das pessoas com demência. “Pacificamos os comportamentos de agitação com estratégias não farmacológicas. São estratégias relacionais, de ambiente, sensoriais. São estratégias de ocupação do tempo, de redirecionar a atenção para outros espaços, por exemplo com menos estímulos, de pensarmos atividades individualizadas em função de cada pessoa”, resume.

Acima de tudo, o lar é um “lugar de vida”. “É uma casa onde todas as famílias podem entrar, a qualquer hora do dia. Podem vir almoçar, jantar, dormir. É uma casa aberta e a família faz parte desta casa”, retrata. “Às vezes as pessoas acham que é impossível que as famílias venham a qualquer hora, quando pretendem e que permaneçam. Mas é verdade. E nunca tivemos nenhum problema.”

CAMINHO DE SUCESSO
A aprendizagem do novo método de trabalho e a aplicação de novas técnicas tiveram impacto não só nos idosos, mas também nos profissionais. A recusa de cuidados por parte dos utentes é praticamente inexistente, assim como o comum problema da rotatividade de pessoal não se coloca. As cuidadoras são “a chave da qualidade do serviço”, daí a aposta na respetiva capacitação e valorização.

Recentemente, a instituição tornou-se a primeira em Portugal a receber o Selo Humanitude, certificação francesa que distingue práticas diferenciadoras nos cuidados prestados. Depois da formação inicial em 2014, foi percorrido um “caminho” com um “grande investimento de trabalho”, aponta Alexandra Ferreira da Silva. É necessário cumprir um conjunto de requisitos e critérios “em termos da organização e funcionamento do lar e das práticas de cuidados”, seguindo-se depois uma auditoria, que culminou na atribuição do selo – que representa uma “garantia de bom trato”.

A equipa do Porto de Abrigo considera ser preciso “mudar a ‘cultura de controlo’ para uma ‘cultura de autonomia’” no “universo” dos lares de idosos em Portugal – um “mundo” que “precisa urgentemente de ser olhado”. As pessoas que vivem nos lares “têm direitos”, que “muitas vezes não são respeitados”. E também os cuidadores necessitam de maior atenção: uns porque “precisam de ajuda para cuidar melhor”, outros porque “deveriam ter valorização social e reconhecimento pelo excelente trabalho que fazem”.

Artigo escrito por Sofia Correia Baptista e ilustração de Sara Tarita

link para o artigo

 

Cerimónia Selo Humanitude em Paris

Foi com grande emoção que subimos ao palco para receber o Selo Humanitude - garantia de bom trato.

Em França, todos os anos é realizado o colóquio de partilha de boas práticas de intervenções não farmacológicas e, no final numa cerimónia exclusiva, são chamadas a palco as instituições que em sede de auditoria demonstraram cumprir os requisitos de prestação de cuidados em humanitude. Pela primeira vez, foi atribuído um selo humanitude a uma instituição portuguesa.

Apesar da realidade económica, social e cultural de cada país ser diferente quando falamos de dignidade nos cuidados a linguagem é universal.

Para memória futura, aqui fica o registo em vídeo:

 

Parabéns Porto de Abrigo

O Porto de Abrigo é o primeiro lar de idosos em Portugal a obter o Selo Humanitude - garantia de bom trato.

O Selo Humanitude é atribuído às organizações que, em sede de auditoria, demonstram o cumprimento dos requisitos previstos no Referencial Humanitude. Este selo reconhece e afirma a qualidade das organizações e do seu compromisso com o bem-estar das pessoas. O referencial é um instrumento de verificação da conformidade das práticas das organizações com os cinco critérios essenciais à prestação de cuidados em Humanitude:
- Compromisso Humanitude;
- Zero cuidados em força;
- Respeito pela singularidade e intimidade;
- Viver e morrer em pé;
- Abertura da estrutura para o exterior;
- Lugar de vida, lugar de vontades.

Em novembro O Abrigo estará presente no 16ème Colloque Approches Non-Médicamenteuses em Paris onde irá receber o diploma e o Selo Humanitude.
Em dezembro iremos realizar uma cerimónia com entidades oficiais para assinalar esta distinção.

Toda a equipa do Porto de Abrigo está de parabéns! O Abrigo está de parabéns!


“E se, de facto agirmos, ainda que os nossos actos nos pareçam insignificantes, não teremos de aguardar por um grande futuro utópico.
O futuro é uma sucessão infinita de presentes e viver no presente da forma que achamos mais correta (…), é por si só uma maravilhosa vitória”
Howard Zinn

Uma creche maior

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Este setembro é diferente de todos os setembros que vivemos até aqui.

Ao abrigo da medida da gratuitidade, o Governo permitiu aumentar a capacidade das salas da creche. Com esta alteração legislativa, a creche do Abrigo tem agora capacidade para acolher 64 crianças até aos 3 anos de idade.

A nossa responsabilidade já era grande ao cuidar de 56 crianças mas, não podemos deixar de sentir que a nossa responsabilidade aumentou.

Este setembro, vimos também a equipa da creche aumentar. A Leone Martins, que já conhecíamos da substituição da ausência da Paula Moreira, regressou ao Abrigo para integrar a equipa de cuidadoras da creche.

Que este seja um bom ano letivo para as crianças e famílias que confiam diariamente no nosso serviço. O desafio é grande.

 

Canal de denúncias

A Lei Nº 93/2021 determina que as entidades empregadoras com mais de 50 trabalhadores disponibilizem um canal interno de denúncias que garanta o anonimato do denunciante ao longo de todo o processo de tratamento da denúncia.

Assim, no rodapé do site do Abrigo encontram o link para o nosso canal de denúncias e toda a informação aplicável.

 

Comida e dignidade

O vídeo da Roche para memória futura sobre um projeto que muito nos orgulha:

 

 

 

 

 

O Abrigo - Estudo de caso

Em novembro de 2020 o Abrigo participou numa sessão de debate e reflexão sobre os “Os desafios do distanciamento nas organizações de proximidade”, uma iniciativa da secção temática Sociedade civil, economias alternativas e voluntariado da Associação Portuguesa de Sociologia, co-organizada com a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e com o Instituto e Departamento de Sociologia da Universidade do Porto. Da nossa participação resultou a publicação de um artigo científico na Revista de Sociologia. Para memória futura, as nossas reflexões em pleno contexto de pandemia:

Referencial Humanitude

 
 
O dia 27 de maio foi um dia extremamente importante para o Porto de Abrigo.
Recebemos uma equipa de auditores do IGM Portugal que vieram aferir a conformidade do nosso trabalho com o referencial Humanitude. O João Araújo e a Amélia Martins já são nossos conhecidos mas, a Liliana Henriques veio ao Abrigo pela primeira vez.
 
Além da avaliação da prestação de cuidados com a grelha de captura sensorial, foram avaliadas dimensões relacionadas com:
- a vida da casa, 
- procedimentos de trabalho, 
- ocupação do tempo,
- cuidados de alimentação,
- registos e
- dinâmica de funcionamento.
 
Foi em 2014 que realizamos a primeira formação da equipa de trabalho na filosofia Humanitude e na metodologia de cuidados Gineste-Marescotti. Podia ter sido só mais uma formação sobre prestação de cuidados mas, revolucionou a nossa forma de trabalhar. Hoje, a adesão aos cuidados é de 99% e isto quer dizer que temos 1% de agitação e recusa nos cuidados.  Esta metodologia que adotamos transformou a casa que somos e que queremos ser.
 
Passados quase dez anos, é um privilégio poder dizer que O Porto de Abrigo foi o primeiro lar de idosos em Portugal a receber a auditoria ao referencial Humanitude.
 
Foram identificadas oportunidades de melhoria, principalmente no sistema documental de registo e monitorização de resultados.
No entanto, a prática de cuidados que foi observada superou qualquer expectativa.
Foi referida com emoção a graciosidade da equipa na prestação de cuidados. Os gestos das cuidadoras parecem fáceis e espontâneos mas, revelam treino e profissionalização: são delicados, precisos e eficazes.
Foi enaltecida a "dociabilidade ambiental" da nossa casa: o som, o cheiro, os espaços e o ambiente são harmoniosos, agradáveis e estimulam sensorialmente de uma forma positiva as pessoas que vivem e trabalham nesta casa.
Foram destacados os nossos procedimentos de trabalho que garantem que a casa é organizada sem haver sobreposição das tarefas às necessidades e bem estar de quem cuidamos.
 
Vamos ter de aguardar pela receção do relatório e avaliação do mesmo pelos autores franceses da Humanitude.
Na reunião de encerramento da auditoria ficou claro que o Porto de Abrigo conseguiu demonstrar a conformidade do trabalho com os critérios do referencial Humanitude.
E este é um motivo de orgulho e reflexo de muito trabalho.
 
 
  
 
 
 
 

humanitude

Comida e dignidade - porquê este projeto?

Quando uma pessoa que depende dos nossos cuidados recusa a alimentação acontece um de dois cenários possíveis: o cuidador aceita a recusa ou o cuidador ignora a recusa. Ambas as opções são más para todos os envolvidos.

O impacto da recusa da alimentação no cuidador é enorme: se insistir facilmente ultrapassa a linha dos cuidados em força, se ignorar facilmente ultrapassa a linha da negligência.

O impacto na pessoa que recebe o cuidado também é grande: se não lhe for proporcionada a alimentação adequada rapidamente perde saúde, se o forçarem na alimentação maior será o seu desconforto e mal-estar.


Apesar das nossas melhores intenções, nem sempre conseguimos impedir o impacto negativo das nossas práticas. Torna-se mais simples implementar medidas que garantam que a alimentação acontece sempre e da forma o mais segura possível. Entram em ação os robots de cozinha que trituram todos os componentes da refeição em variações líquidas ou cremosas, mas sempre com a aparência de uma papa como ilustra a imagem. Retiramos o aspeto de comida à comida.


O projeto Comida e dignidade - uma prática institucional de alimentação assistida nasce desta inquietação e da consciência da responsabilidade organizacional que temos quando ajudamos a cuidar de pessoas dependentes.

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